quarta-feira, 9 de novembro de 2016





FACULDADE DE TEOLOGIA - UCSAL

MORALIDADE



A moralidade é um fenômeno complexo que nos permite entender de formas distintas. Por isso vemos que os pensadores antigos podiam pensar a moralidade como uma dimensão do ser humano e os pensadores modernos podiam pensá-la como uma forma de consciência. As diferentes abordagens e pensamentos a respeito da moralidade por parte da Filosofia podem ser referidas como “Ética” ou “Filosofia Moral”.

Toda análise a respeito da linguagem moral, as perguntas a respeito da validade racional dos princípios morais e a reflexão sobre os problemas morais fazem parte da Ética .As razões e traços distintivos da moral são – investigar ás razões da moralidade e procurar pelo desenvolvimento de uma “moral crítica” que impedem a obediência e a simples adesão a determinado código.


Definição de moralidade

A moralidade fala de um sistema de comportamento que diz respeito aos padrões de comportamento, responsabilidade moral, no que diz respeito á nossa consciência e identidade moral. Os sinônimos mais comuns incluem ética, princípios, virtudes e bondade. A moralidade tornou-se uma questão complicada no mundo multi-cultural em que vivemos. Os termos possuem etimologia distinta. A palavra “ética” vem do grego “éthos” que significa “modo de ser” ou “caráter”. Já a palavra “moral” tem origem no termo latino “Morales” que significa relativo aos costumes.  A etimologia da palavra “moral” se originou a partir do intento dos romanos que traduziam a palavra éthica.

A palavra Moral não traduz por completo o sentido da palavra grega originária. É que éthica possui para os gregos, dois sentidos complementares: o primeiro deriva de éthos e significa, numa palavra, a interioridade do ato humano, ou seja, aquilo que gera uma ação genuinamente humana e que brota a partir de dentro do sujeito moral, ou seja, éthos remete-nos para a intenção. Por outro lado, éthica significa também éthos, remetendo-nos, para a questão dos hábitos, costumes, usos e regras.


Moralidade

A moralidade fala de um sistema de comportamento que diz respeito aos padrões de comportamento certo ou errado. A palavra carrega os conceitos de:

- padrões morais, no que diz respeito ao comportamento.
-responsabilidade moral, no que diz respeito á nossa consciência.
- Identidade moral ou alguém que é capaz de agir certo ou errado – padrões de conduta. Os sinônimos mais comuns incluem éthica, princípios, virtudes e bondade.

Sócrates colocava o auto conhecimento como a melhor forma de viver com sabedoria. E Aristóteles em “Ética a Nicômaco” em seu pensamento moral de forma geral, “somos o resultado de nossas escolhas”. Aristóteles acreditava que a ética caracteriza-se pela finalidade e pelo objetivo a ser atingido, isto é, que se possa viver bem, com e para os outros, com intuições justas. Para Platão a justiça é a principal virtude a ser seguida. Neste sentido a éthica é um tipo de postura e se refere a um modo se ser, á natureza da ação humana, ou seja, como lidar diante das situações da vida e ao modo como convivemos e estabelecemos relações uns com os outros.

Deve-se a Sócrates o inicio da filosofia moral, remete a Aristóteles a distinção entre saber teórico e saber prático. O saber teórico é o conhecimento de seres e fatos que existem e agem independentemente de nós e sem nossa intervenção e interferência. Tem-se conhecimento teórico da Natureza. O saber prático é o conhecimento daquilo que só existe como consequência de nossa ação e, portanto, depende de nós. A ética é um saber prático. O saber prático por seu termo distingue-se de acordo da prática, considerada práxis ou como técnica. A ética refer-se a práxis.

Os filósofos gregos e romanos consideravam a vida ética transcorrendo como um embate contínuo entre nossos apetites e desejos – as paixões – a nossa razão. Por natureza, somos passionais e a tarefa primeira é a educação de nosso caráter ou de nossa natureza, para seguirmos a orientação da razão. A vontade possui um lugar fundamental na educação pois era ela que deveria ser fortalecida para permitir que a razão controlasse e dominasse as paixões.

Rousseau e Kant procuravam considerar o dever e a idéia de uma natureza humana que precisa ser obrigada á moral. Somos, diz Hegel, seres históricos e culturais. Isto significa que além de nossa vontade individual subjetiva (que Rousseau chamou de coração e Kant de razão prática), existe uma outra vontade, muito mais poderosa, que determina a nossa: a vontade objetiva, inscrita nas instituições e na cultura.

A vontade objetiva – impessoal, coletiva, social, pública – cria as instituições e a moralidade como sistema regular da vida coletiva por meio de mores, isto é, dos costumes e dos valores de uma sociedade, numa época determinada. A moralidade é uma totalidade formada, pelas instituições (família, religião, artes, técnicas, ciências, relações de trabalho, organização pública, etc), que obedecem todas, aos mesmos valores e aos mesmos costumes, educando os indivíduos para interiorizarem a vontade e aos mesmos costumes, educando os indivíduos para interiorizarem a vontade objetiva de sua sociedade e de sua cultura.

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