quinta-feira, 6 de outubro de 2016

DO LIVRO DE MARCOS-SINTESE DOS PRIMEIROS CAPITULOS ( 1 2 3 4).




FACULDADE DE TEOLOGIA NACIONAL

MESTRADO - SINTESE




O EVANGELHO DE MARCOS: A NOVA ALIANÇA - A VIDA DE JESUS COMO UMA “BOA NOTÍCIA”; ANUNCIAR E FAZER O REINO DE DEUS.   (Cap. 1 2 3 e 4).




EUGENIA GOMES DA SILVA






SÂO LOURENÇO – MG
2016



EUGENIA GOMES DA SILVA


O EVANGELHO DE MARCOS: A NOVA ALIANÇA – A VIDA DE JESUS COMO UMA “BOA NOTÍCIA”; ANUNCIAR E FAZER O REINO DE DEUS. (Cap. 1 2 3 e 4).




                                                                             TCC apresentado ao Curso de Graduação e
                                                                                   Teologia Faculdade e Seminário Teológico Na
                                                                                   cional, como requisito parcial para a obtenção
                                                                                    do título de Mestre.




                                Orientador (a) (                                      )
                                                              Prof.









SÃO LOURENÇO – MG
2016



DEDICATÓRIA

Aos meus mestres pela paciência e sapiência em saber conduzir o aprendizado respeito e dedicação. A todos que de alguma forma colaboraram com este trabalho: aos amigos e colaboradores. A meu Irmão e família, pela alegria e certeza do chegar.

                                                                                            Agradecimentos







RESUMO

SILVA, Eugenia G. Evangelho de Marcos: A vida de Jesus como uma “Boa Notícia” a humanidade; anunciar e fazer o Reino de Deus. 2016. 27 folhas. Monografia – Mestrado em Teologia – Faculdades Integradas de Minas Gerais, São Lourenço, 2016.



O Novo Testamento ou Nova Aliança é a parte da Bíblia que conta a história da vida de Jesus Cristo narrada nos Evangelhos, isto é uma boa notícia a humanidade. Jesus não escreveu em sua vida não deixou nada escrito. Sua missão foi anunciar e fazer o Reino de Deus, fundamentada no amor, na Justiça e no serviço sobretudo aos pobres. Inicia seu Evangelho falando de João Batista. É o poder da força da realeza do filho de Deus. É o segundo livro em ordem cronológica – apresentado no Novo Testamento. João Marcos era o seu nome completo. Amigo de Simão Pedro um dos dez apóstolos de Jesus Cristo, durante seu ministério público na Terra. É o mais curto dos quatro livros. Apresenta muitos focos importantes. Profetizado no Velho Testamento. Demonstra que Jesus era o que chamava ser: o Filho de Deus que viveu uma vida sem pecado. O livro registra os milagres de Jesus sobre a natureza. O fato mais importante no Evangelho de Marcos é a evidência de que Jesus Cristo venceu o poder da morte – ressurreição- não há autoridade maior que a de Jesus Cristo. Ele é o Único Filho de Deus.





The New Testament or New Covenant is part of the Bible which tells the life story of Jesus narrated in the Gospels, this is good news to humanity. Jesus did not write in his life left no writings. His mission was to announce and make the Kingdom of God, based on love, justice and service especially to the poor. Begins his Gospel speaking of John the Baptist. It is the power of the son of the royal power of God. It is the second book in chronological order - presented in the New Testament. John Mark was his full name. Friend of Simon Peter of the ten apostles of Jesus Christ during his public ministry on earth. It is the shortest of the four books. It presents many important spots. Prophesied in the Old Testament. It shows that it was Jesus who was called to be: the Son of God who lived a sinless life. The book records Jesus' miracles over nature. The most important fact in the Gospel of Mark is the evidence that Jesus Christ overcame the power of death – resurrection - there is no greater authority than that of Jesus Christ. He is the only Son of God.






Palavras-chave: Marcos (1:11): “Então foi ouvido uma voz dos céus”. Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo.

Palavras-chave: Marcos (10:14)-15): “Jesus, porém vendo isto, indignou-se e disse-lhes; “Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus”.

Palavras-chave: Marcos (10:45): “Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”.

Palavras-chave: Marcos (16:15): “ E disse-lhes: ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura”.



SUMÁRIO 

1-      INTRODUÇÂO -------------------------------------------------------      ---------11
2-       A PREPARAÇÃO PARA O MINISTÉRIO DE CRISTO -----------------15
2.1  O BATISMO DE JOÃO BATISTA -----------------------------------------------15
2.2  SUA TENTAÇÃO ------------------------------------------------------------ ------15
2.3  O MINISTÉRIO DE CRISTO: Os quatro Apóstolos. --------------- -------16
3.0  A PRIMEIRA VIAGEM  MISSIONÀRIA DE CRISTO: Cafarnau  --      --16
3.,1  FILHO DE DEUS. --------------------------------------------------------------  ---17
3.2  LEVI, FILHO DE ALFEU. ----------------------------------------------------- ---18
3.3 AS BODAS DE CANÁ. -------------------------------------------------------------18
4 .MINISTÉRI DE CRISTO: AS EXORTAÇÔES E PREGAÇÕES. ----- ---18
4.1  CRISTO PREGA NAS SINAGOGAS. -------------------------------------- ----18
4.2  A ESCOLHA DOS DOZE. ------------------------------------------------------ --19
4..3  OS AMIGOS DO MESTRE E AS ACUSAÇÕES A JESUS POR PARTE DE
 SEUS INIMIGOS. ------------------------------------------------------------------------19
5  PARÁBOLAS ENSINO ALEGÓRICO A BEIRA-MAR.---------------------20
6- CONCLUSÃO. ------------------------------------------------------------------------22
7 REFERENCIAS. -----------------------------------------------------------------------24

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1  INTRODUÇÂO

O Evangelho[1] Segundo Marcos (em grego: κατὰ Μᾶρκον εὐαγγέλιον, τὸ εὐαγγέλιον κατὰ Μᾶρκον  transl.euangelion kata Markon) é o segundo livro do Novo Testamento. Sendo o evangelho mais curto da Bíblia cristã, com apenas 16 capítulos, ele conta a historia de Jesus de Nazaré. O Evangelho de Marcos é considerado o mais Antigo de todos os Evangelhos, anuncia a Boa Notícia[2] a respeito de Jesus Cristo, dando atenção especial a sua atividade constante e a sua autoridade. Jesus vai de um lugar para outro, anunciando a vinda do Reino de Deus, ensinando multidões, fazendo milagres e curando doentes. Para ajudá-lo ele escolhe doze homens, a qual chama de “apóstolos”. Eles acompanhavam Jesus por toda parte aprendem o ministério do Reino de Deus e depois saem para anunciar a mensagem silvícola.

O autor deste Evangelho, de fato deixou sua marca pessoal, demonstrando que ele possuía um estilo Literário próprio. Este estilo pessoal, não é contrário a doutrina da inspiração orânica-vital, mas é uma expressão dela, pois, como bem demonstra Stott, Jhon R. W. (1996), se referindo à inspiração dos escritos do Novo testamento, “o Espírito primeiro preparou, e em seguida usou sua individualidade de formação, experiência, temperamento e personalidade, a fim de transmitir Por meio de cada um alguma verdade distintiva e apropriada”. A autoridade de Jesus vem de Deus. Ele é o Filho do Homem, aquele que Deus escolhe e enviou para ser o Salvador de todos (10,45). Portanto ele tem autoridade para expulsar demônios, curar doentes e perdoar pecados.

Este evangelho começa com o batismo de Jesus no rio Jordão por João Batista {1.9-11} e terminou com a ressurreição de Jesus Cristo (16. 1-8). Quanto ao texto de Marcos é o mesmo que aparece em Mateus ou Lucas, a tradução deve ser a mesma para os três [ou dois] Evangelhos. Mas isto não é de grande importância na primeira tradução dos Evangelhos para determinada língua.  È menor deles, e serviu como uma das fontes para Mateus e Lucas escreverem os seus evangelhos.

O Evangelho segundo Marcos é uma seqüência de narrativas livres da vida de Jesus e de sua atividade. O autor deste texto procura mostrar quem é Jesus, a partir do relato de pessoas que com ele conviveram.

Evangelho não é exatamente o nome de livro da Bíblia, mas se refere á boa notícia sobre a salvação trazida por Jesus Cristo (Mt 3.1-12, Lc 3. 1-20; Jo 1.19-28). Anuncia portanto, o evangelho de Jesus (Cristo=Messias), Filho de Deus. A ação salvadora de Deus que se manifestou através da vida, morte e ressurreição de Jesus é realizada continuamente, pois o evangelho é esta ação divina ainda hoje, para a humanidade. Embora o Evangelho de Marcos não cite o nome do seu autor, temos evidencias suficientes para a identificação do mesmo. Todos os pais da Igreja primitiva citam Marcos, o ajudante de Pedro, como sendo o escritor do livro. A Tradição relacionada com a autoridade de Marcos remonta até Papías no fim do primeiro século ou no começo do século, e foi confirmada pelos críticos, tais como Irineu, Clemente de Alexandria, Orígenes e Jerônimo, como também no Prólogo Anti-Marcionita do segundo século.  Eusébio, em sua História Eclesiástica afirma que:

“Por outro lado, cremos necessário acrescentar, ao que já dissemos sobre Papias, a tradição que expõe a respeito de Marcos, que escreveu o Evangelho, dizendo assim”O presbítero dizia também o seguinte. Marcos, que foi o intérprete de Pedro escreveu fielmente, embora desordenadamente, tudo o que recorava sobre a palavra e as ações do Senhor. De fato, ele não tinha ouvido o Senhor, nem o havia seguido. Mais tarde, como já disse, ele seguiu a Pedro, que lhe dava instruções conforme as necessidades, mas não como quem compõe um relato ordenado das sentenças do Senhor. Assim, Marcos em nada errou escrevendo algumas daquelas coisas da forma como as recordava. Com efeito, sua preocupação era uma só não omitir nada do que tinha ouvido, nem falsifica r nada do que transmitia” Esse é o relato de Papias a respeito de Marcos. (EUSÉBIO DE CESARÉIA, 1995, p. 331).

Irineu de Lião (1995), confirmava esta autoria declarando que: “quando Pedro e Paulo evangelizavam em Roma[3] e aí fundavam a Igreja. Depois da morte deles, também Marcos, o discípulo e interprete de Pedro, nos transmitiu por escrito o que Pedro anunciava” Clemente de Alexandria em sua obra intitulada Hyotyposeis (cerca de 190 a 200 d. C) coloca que “Pedro pregou a palavra publicamente em Roma anunciando o evangelho pelo Espírito, aos presentes. Marcos fazia o que lhe foi pedido”Orígenes que viveu cerca de 210-250., também é citado por Eusébio;
“em segundo lugar, o {Evangelho} segundo Marcos, quem o escreveu de acordo com as instruções de Pedro,e também a quem Pedro em sua epistola geral lhe reconhece como a seu filho, dizendo “aquele que está na Babilônia, também eleita envia lhes saudações, também, a Marcos ...” (EUSÉBIO DE CESARÉIA, et.al p. 6,7).
Onde Marcos, o companheiro de Pedro, era o João Marcos de Atos 12: 12, 25 e 15: 37-39, esta tem sido a opinião geral entre os críticos com exceção dos mais radicais. Estão de acordo com  os testemunhos históricos da Igreja primitiva. De forma muito didática organizou seu argumento a partir dos pontos geográficos, demonstrando como a tradição afirmou a uma só voz a autoria do segundo Evangelho como pertencente a Marcos;

“a evidência se estende através de vários séculos, desde Eusébio até Papias. Vem de  todas as regiões. Da Ásia, áfrica e Europa; ou seja , desde o leste (Papias de Hierápolis, Eusébio de Cesárea); do sul (clemente de Alexandria, Tertuliano de Cartago); e do oeste (Justino, o Mártir e o autor do Fragmento de Muraton  de Roma. Ás vezes, há duas regiões representantadas Poe uma só testemunha o leste e oeste(Irineu da Ásia Menor, Roma e Lião); o sul e o leste (Orígenes de Alexandria e Cesárea). Ortodoxo e heterodoxo, textos gregos antigos e versos remotos acrescentam seu peso a mesma condição”. (HENDRIKSEN, G. P. 1987. 58).

Adolf Pohl (1998), resume bem ao afirmar que “este é o cerne da tradição sem questionamento de amigos e inimigos ficaram pelos séculos estes fatos a autoria de João Marcos, sua ligação com Pedro e a ligação do Evangelho com Roma”. É óbvio que o autor era conhecedor dos territórios da Palestina e Jerusalém em particular. Faz referências que são evidentes (11-1) revelando o seu conhecimento da área. Era conhecedor do aramaico, a língua Palestina, como indica o uso que fazia dela como também a grande evidência da influência do aramaico no seu grego, estava familiarizada com instituições e costumes judeus, (1:21:14;7:2-7). Todas estas indicações apontam  um  judeu da Palestina como autor; de acordo com Atos 12:12 encaixa nesta descrição, pois morava em Jerusalém.

Não há nenhuma declaração no Evangelho nem no restante do Novo Testamento, da qual possamos traçar uma data específica para a origem do livro. Ultimamente a maioria dos mestres colocam na entre 50 e 80 a. C., com preponderância de opiniões favorecendo a 65-70 a. C.. Irineu diz:: “Mateus também produziu um Evangelho escrito em hebraico em seu próprio dialeto, enquanto Pedro e Paulo estavam pregando em Roma e estabelecendo os fundamento da Igreja. Depois de sua partida, Marcos, o discípulo e interprete de Pedro, escreveu anotando o que foi pregado por Pedro (IRINEU CONTRA AS HERESIAS, III 1.1).

Ouvimos falar pela primeira vez sobre Marcos em Atos 12;12 onde se fala de uma reunião de oração  na casa de sua mãe, jovem ainda viajou com Paulo e Barnabé até Perge em sua primeira viagem missionária (Atos 13:5,13). Tendo ele retornado para casa em lugar de continuar no grupo. Paulo recusou-se a levá-lo na segunda viagem (Atos 15:36-41). Marcos acompanhou seu primo Barnabé (Cl 4:10) a Ilha de Chipre[4] Bem mais tarde ele apareceu com Paulo durante a sua primeira prisão em Roma (Cl 4:10;Fm 23,24). Esteve com Pedro na Babilônia[5] (I Pe 5:13) e Paulo, durante a sua segunda prisão, pediu a Timóteo que trouxesse Marcos a Roma porque tinha prova de ser útil ao trabalho (II Tm 4:11). O ápice do evangelho de Marcos acontece em Cerareia de Felipe.

A quem se destina o Evangelho de Marcos? Qual a sua finalidade prática visto serem seus leitores, ao que parecem cristãos, pois presume-se um prévio conhecimento do assunto por parte de seus leitores? Diversas peculiaridades notáveis da narração de Marcos fazem dele uma exceção entre os Evangelhos. Descrito como pitoresco, enérgico e chamativo. Marcos é marcado pela descrição de um ministério ativo, realizado por Cristo. Hendriksen G. (1987), observa que “cada um dos primeiros onze capítulos de Marcos contém o relato de pelo menos um milagre.” É quase unânime a opinião de que o segundo Evangelho foi dirigido aos romanos. O hábito de Marcos de explicar termos judeus bem como seus costumes apontam leitores gentios. As declarações de Clemente de Alexandria de que os que os que ouviram em Roma a pregação de Pedro insistiram com Marcos para providenciar uma narrativa escrita é base suficiente para acreditarmos que o Evangelho foi dirigido aos Cristãos romanos.
De acordo com Eusébio de Cesárea (Hist. Ecl. II 9, 1-4), Herodes Agripa I em seu primeiro governo sob toda a Judéia (41 d. C.) matou Tiago, filho de Zebedeu, e prendeu Pedro, planejando matá-lo após a prisão judaica. Pedro segundo autores foi solto e escapou do reino de Herodes. Depois de muitas viagens pela Ásia Menor [6]e pela Grécia[7] ele chegou em Roma no segundo ano do Imperador Cláudio (42 d. C.).
“Adolf Pohl aponta seis características da Igreja de Cristã de Roma nos dias de Marcos. Primeiro ela era uma das mais antigas e rica em tradições dentro do império. ... Os cristãos tinham na capital de Roma adquirido uma posição de premência entre as demais igrejas do Império. ...A maioria da Igreja era gentílica. Em Roma vivia uma comunidade cristã cheia de mártires. Com o desaparecimento dos primeiros líderes daquela comunidade, surgiu Marcos para intervir e garantir á igrja a tradição de Jesus”. (ADOLF POHL, 1998, p. 28).
Em algum ponto pelo caminho Pedro encontrou Marcos, o evangelista, restaurou sua fé e levou e o levou como companheiro de viajem e interprete.
Marcos é enviado por Pedro para o Egito[8]. Desembarcou em Cirene, na Pentápoles, percorreu a Líbia e a Tebaide, sempre em abundantes conversões e finalmente fixa residência em Alexandria, no Egito. Onde fundou uma Igreja dedicada a Pedro que ainda vivia. A pedida da população Marcos compõe os sermões de Pedro, compondo assim o Evangelho segundo Marcos. Antes de partir para Alexandria no terceiro ano de Cláudio (43 d. C.). Lá, ele fundou a Igreja de Alexandria, cuja sucessão até os dias de hoje é alegada por diversas denominações mais particularmente pela Igreja Ortodoxa Copta. Aspectos da Liturgia Copta podem ser referenciados ao próprio Marcos. Ele então se tornou o primeiro bispo de Alexandria e tem a honra de ser o fundador do cristianismo. Ainda de acordo com Eusébio (Hist. Ecl. II 24.1), sucessor de Marcos Adriano, no oitavo ano do imperador Nero (62-63 d. C.), provavelmente por conta de sua morte. Tradições coptas posteriores dizem que ele foi martirizado em 68 d. C. A Igreja Ortodoxa Copta mantém a tradição de que Marcos, o evangelista, foi um dos Setenta Discípulos enviados por Cristo, o que é confirmado pela lista de “Hipólito”.
Porém, a Igreja Copta adotou a tradição que mistura as figuras de Marcos com João Marcos.
Ainda de acordo com a Igreja Copta, Marcos celebrava á Páscoa quando pagões da cidade ficaram ressentidos com os seus esforços para converter os alexandrinos da religião tradicional helênica. Conta esta tradição que eles colocaram uma corda á volta de seu pescoço e o arrestaram pelas ruas até que estivesse morto.



2   EVANGELHO DE MARCOS

Essas palavras representam  um título indicativo do conteúdo do livro como um todo. O Termo evangelho aqui não é o livro, mas a mensagem, as boas notícias da salvação por meio de Jesus Cristo. Os fatores da vida e morte de Cristo formavam o principio do Evangelho. Para Marcos a divindade de Cristo (Filho de Deus) é de primeira importância e assim ele inclui o titulo do seu Evangelho. Segundo  Barcley H. Swete (1998), defende que "Εὐαγγέλιον “(boas novas” ou “evangelho”) em LXX ocorre apenas no sentido clássico de “uma recompensa por boas notícias” (Samue l), no Novo Testamento, o termo é, desde o princípio, associado ás notícias messiânicas.


2.1  A PREGAÇÂO PARA O MINISTÉRIO DE CRISTO
Passando por cima do nascimento e primeiros anos da vida de Cristo. Marcos volta-se para os acontecimentos que introduzem o ministério público do Senhor. Conforme profetizado. Jesus foi precedido por um arauto enviado a preparar os homens para seu ministério, João Batista veio como o último representante da velha ordem de introduzir a personalidade Cristo Jesus.
O batismo e a pregação de João estavam de acordo com as Escrituras – Conforme está escrito. Esta era uma fórmula usada para indicar “um contrato inalterável”. A palavra batizar significava mergulhar ou submergir e assim se referi á imersão. Não era um rito inteiramente novo, uma vez que o batismo dos prosélitos judeus era uma forma de auto-imersão. João proclamou o batismo do arrependimento. No Novo Testamento, o arrependimento tem um significado mais profundo do que o seu sentido original de mudança da mente. Passou a se referir a uma íntima mudança de direção e propósito, afastamento do pecado. - Para remissão dos pecados.

2.2   O BATISMO DE JESUS
Marcos descreve as multidões que acorriam de todos os lugares da Judéia - saíam para serem batizados no rio Jordão[9], uma expressão que deve ser entendida literalmente. Nos vrs 7 e 8 Marcos registra o âmago da mensagem do Batista Ele pregava, ou proclamava como um arauto (Kerussõ), o fato da vinda de alguém. A tira (correia) de couro usada para amarrar as sandálias. – João não se considerava digno de servir o Mestre nem mesmo na qualidade de escravo. O derramamento do Espírito Santo era esperado como modelo do período messiânico. Toda o período compreendido entre o primeiro e o segundo advento de Cristo é considerado messiânico., marcado pelo ministério do Espírito.
O ponto alto no ministério do precursor foi quando o “mais Forte”- Jesus – veio se submeter ao batismo. Esse ato marcou o início oficial do ministério público de Jesus. No Jordão- A preposição grega eis significando “em’, “no”, com as palavras “saiu da água” indica uma entrada no rio, sugerindo imersão. Por que Cristo sem pecado foi batizado com o batismo do arrependimento pode-se dizer que este foi um ato deliberado de identificação com os pecadores. Cristo dava apoio ao Ministério de João Batista.

2.3 SUA TENTAÇÃO

Marcos registra a tentação de Cristo em dois vs onde Mateus e Lucas empregam onze e treze versículos respectivamente. Mas ainda ele manifesta sua solidariedade com a humanidade submetendo-se  as tentações. E logo. A primeira palavra de 1:10. A palavra Espírito refere-se ao Espírito Santo, tal como 1:8, 10. A tentação de Cristo não foi um acidente inevitável. O vigoroso estilo de Marcos pode ser observado na palavra impeliu quando outros Evangelhos usam “conduziu”. Veja comentários sobre Mt. 4:1-11 e Lc 4:1-13 para detalhes da tentação genuína á qual Cristo achou necessário resistir Hb 2:18; 4: 15 e por meio de sua terrível realidade foi qualificado a ser nosso Sumo Sacerdote e Exemplo  em momentos de tentação. Que ele não se entregaria as solicitações do tentador foi assegurado pela Onipotência de sua santa vontade.

3   O MINISTÉRIO DE CRISTO

            A chamada dos Quatro Primeiros Discípulos.
Novamente Marcos omite uma porção da vida e obra de Cristo, (...) passando da tentação para o começo do ministério na Galiléia[10]. Depois de uma declaração introdutória (vs 14, 15): ele conta a chamada dos quatro pescadores para o discipulado.  Kilgallen (1988), argumenta que, historicamente, este chamado não teria sido tão súbito e que é possível que Jesus os tenha encontrado antes, mas Marcos teria encurtado o relato para enfatizar a devoção total dos novos discípulos a Jesus .Depois de João ter sido preso. Essas palavras sugerem que Marcos passa por cima de um número grande de acontecimentos, (Jo 1:35-4:42). A mensagem que Cristo proclama (Kerussón, ação continua) durante o ministério da Galiléia foram ás boas novas que vêm de Deus. Marcos apresenta uma amplificação da mensagem. O tempo está cumprido. A estação (Kairos) da preparação, o período do Velho Testamento, chegará á consumação de acordo com o plano de Deus. Foi descrita como tendo se aproximado. Não estava ainda presente de fato, mas potencialmente.

Os termos eram: Arrependei-vos e crede no evangelho. A mensagem de João foi uma mensagem de arrependimento, mas aqui se acrescentou uma observação nova e positiva. O reino nestes versículos é espiritual e presente (Jo 3:3,3: Cl 1:13). Simão e André já conheciam o Cristo na qualidade de Messias (Jo 1:3:3,5:Cl 1:3). É provável que João (Mc 1:19) fosse um dos mencionamos em Jo 1:35-39, que seguiam Jesus.


3.1 A PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA NA GALILÉIA

            Jesus iniciou o seu ministério na Galiléia. Sabemos que a região  da Galiléia abrangia uma vasta porção de terra, com muitas cidades e vilas. Flavio Joserfo (1982), afirma que, “somente há uma grande quantidade de aldeias e vilas, mas também um grande número de cidades ... “ O ministério na Galiléia destacou-se por três viagens missionárias, nas quais Cristo sistematicamente levou  sua mensagem a todas as partes da Galiléia. A primeira e a terceira dessas viagens são contadas por Marcos. Nesta seção descreveu o ministério em Cafarnaum e no interior da Galiléia, colocando maior ênfase na primeiro em sua atividade missionária. Cafarnaum era uma cidade importante na principal estrada para Damasco, sede da alfândega, a cidade dos cinco primeiros discípulos que Jesus chamou o quartel general do seu ministério Galileu. Era costume convidar pessoas qualificadas para ensinarem na sinagoga[11]. A sua maneira de ensinar, (Doutrina) como também o conteúdo, foi o que os impressionou, por causa da diferença que havia do ensino dos escribas. Estes últimos eram estudantes e mestres da lei escrita e oral, que ensinavam citando a palavra da autoridade dos escribas antes deles. Jesus falava como tendo autoridade direta de Deus.

 Que temos nós contigo. Literalmente “O que há entre nós?” O homem fala por si mesmo e pelo demônio que está nele. Bem sei quem és. Ele tinha consciência  da verdadeira identidade de Cristo como o Santo de Deus, identificando conhecimento sobrenatural concedido pelo demônio. Cala-ti!  Uma palavra forte que significava amordaçar. A força da ordem é quase igual ao nosso “cala boca”. Agitando violentamente. O espírito convulsionou o homem ao deixá-lo. Deixando a sinagoga, eles foram á casa de Simão, Onde André seu irmão, parecia que morava. Tiago e João os acompanhavam, mas não se deve entender que a casa fosse deles. Provavelmente era a casa citada em outras ocasiões posteriores que servia de quartel general a Jesus E a qual ele retomava  das suas viagens missionárias. Achando-se com febre. Marcos descreve a sogra de Pedro doente. Era um sábado (vs 21), sendo esta provavelmente a razão da cuidadosa explicação de Marcos – que os doentes foram trazidos á tarde, ao cair do sol. A cura não deveria ser feita aos sábados. Os demônios estavam identificando Jesus como o filho de deus. – Deixai-os falar. Era alta madrugada. Seu propósito era ficar orando em preparação da viagem missionária pela Galiléia. Primeira viagem missionária. Sem dúvida a cura do Leproso  (vs 40-45) aconteceu na viagem pela Galiléia. Deveria apresentar-se imediatamente ao Sacerdote. Não digas nada a ninguém; mas vai. Isto cumprindo as exigências da Lei. Até que fosse declarado limpo pelas autoridades, não tinha o direito de reassumir suas atividades sociais. – Servir de testemunho ao povo. Deixando o homem de obedecer acrescentou-se uma grande popularidade a Jesus como operador de milagres, Desta forma as reuniões eram realizadas em ermos – vinham de todas as partes.

O propósito do autor é mostrar o crescente conflito entre Cristo e as autoridades judaicas. A popularidade do Senhor  despertava o desfavor deles, uma vez que sua mensagem, pela sua própria natureza, era contrária  á crença e prática existentes. Em cada um dos cinco incidentes assinalados pelo autor, os fariseus[12] são apresentados murmurando entre si, ou abertamente levantando questões e objeções
.

4  CRISTO PREGA NAS SINAGOGAS

A segunda discussão relacionada com o sabá e registrada por Marcos (3:1-6) na sinagoga, provavelmente em Cafarnaum – em 3:7 fala-se parar o mar. Os Críticos do Senhor estavam  observando, - fala-se, os críticos o observavam. A prática de medicina no sábado era proibida pela tradição rabínica, somente era observado em casos  extremos. Não era este o caso nesta instância. Se Cristo curasse o homem seria acusado de violação da Lei do Sábado. É lícito: A pergunta de Jesus retrocede ao princípio da necessidade – isto já discutido antes. Atender a necessidade deste homem era fazer o bem; deixar de fazer era fazer o mal. Eles calaram. O imperativo grego descreve-se os persistindo em silêncio. Responder seria prejudicial.

Os herodíamos  não eram por assim dizer uma seita religiosa. Eram, porém, devotados á família de Herodes. Não tinham verdadeira afinidade com os fariseus, que odiavam á dominação estrangeira; isto poderia criar facções no meio o incidente registrado nos vs 7-12 fornece outros vislumbres da fama do Mestre, que trazia multidões para vê-lo e ouvi-lo. Eram eles de todas as províncias com exceção de Samara, até de lugares extremos da Palestina, Tiro e Sidon (vs. 7,8), o mar para onde Jesus se retirou era o mar da Galiléia.

4.1  A ESCOLHA DOS DOZE

Desde o começo do seu ministério na Galiléia 91:14) até a escolha dos doze, Jesus experimentou uma grande popularidade em levar sua mensagem. Ele tinha acesso ás sinagogas e a oposição oficial estava apenas começando a se consolidar. Jesus resolve selecionar um grupo – entre as multidões – de discípulos. Em contraste, o segundo período do ministério na Galiléia foi marcado pela presença dos doze apóstolos como auxiliares de Cristo. Este serviço prosseguia, mas havia também um esforço da parte de Jesus da começar a instruir os discípulos. Sua popularidade – entre os simples – e a oposição dos líderes – continuou até que Jesus se retirou da Galiléia. A escolha dos discípulos aconteceu em um monte, provavelmente nas vizinhanças de Cafarnaum. Alguns o seguiam na viagem a região montanhosa. Deste grupo ele selecionou doze que foram designados como seus apóstolos. Designou é o verbo grego que melhor traduz (epoésen; literalmente, fez). O propósito era: estarem com ele (companhia), e para sair pregar  e expulsar demônios (v 15).  Com relação a Simão foi chamado de Pedro, onde o nome aramaico, Cefas foi usado em lugar de grego Pedro. André. O irmão de Pedro, Bartolomeu, identifica-se como Natanael – Tiago filho de Alfeu, pode ser o mesmo Tiago Menor (Mc 15:40). Tadeu é o mesmo Judas, irmão de Tiago menor, Simão o Zelota. O nome encontrado nos melhores manuscritos Gregos é “Kananaion”, uma transliteração do termo aramaico que significa ‘Zelota[13]’. Parece que Simão, antes de ser chamado por Cristo, era membro do partido patriota dos zelotas, que estavam a favor da revolta imediata contra o poderio romeno.

“o evangelho começa com a chamada de Pedro, sem referência alguma a narrativa de Cristo. O evangelho focaliza o ministério na Galiléia, e masis especialmente nos arredores de Cafarnaum, cidade de Pedro,... São omitidos alguns pormenores que destacam a pessoa de Pedro, em a narrativa  da confissão de Pedro em Cesaréia de Filipe...”(GRAHAN SWITT,C. E., 1983, 986).

É nesta altura que Mateus e Lucas colocam o Sermão do Monte. Cristo retorna para a casa de Pedro.


4.2  OS AMIGOS DO MESTRE E AS ACUSAÇÔES DOS SEUS INIMIGOS

Nos vs 3:20-35, indicam a atitude dos amigos e inimigos com relação a Jesus. Que nem podiam comer pão. Marcos fala da grande multidão que vinham ouvir Cristo. Os parentes eram membros da família, que na conotação normal da frase grega, hoi, par autou. Parece que sua mãe e parentes ficaram sabendo lá em Nazaré, de suas Incessantes atividades. Quando a família chegou a Cafarnaum, encontrou o Senhor ocupado discutindo com os escribas de Jerusalém. A discussão surgiu por causa das repetidas acusações dos escribas. Acusavam-no de possuir poderes satânicos. Blasfemar contra o Espírito Santo é o ato de imperiar, vilipendiar, falar maliciosamente contra o Espírito Santo. Para tal pecado não haveria perdão. Visto que é réu, culpado, intimado, tem o sentido de estar sob o seu domínio. Todos os manuscritos dão pecado eterno em lugar de eterno juízo.

Por que dizem. A declaração dos escritos revela a natureza de sua ofensa eterna. Eles explicavam os milagres de Cristo como exorcismo realizado por poderes espúrios, quando na realidade eram realizados pelo Espírito Santo.  Entretanto não devemos interpretar esta passagem como se ensinasse que uma simples declaração contra o Espírito seja pecado imperdoável, pois isto seria contrário ao ensino geral das Escrituras que todo e qualquer pecado será perdoado a alma arrependida. Jesus estava ocupado – em discussão com os escribas- chegou sua mãe com seus irmãos e mandaram chamá-lo. Parece que vinham de Nazaré a fim de estar com ele, repousar e descansar ao que parece. Cristo aproveitou esta oportunidade para demonstrar a importância de se relacionar com sua família


5   PARÁBOLA ENSINO ALEGÓRICO A BEIRA-MAR

Aqui surge um novo método de ensinar. Parábolas[14] – Ainda que Cristo usasse o ensino alegórico ao público em geral anteriormente, si nessa ocasião do seu ministério ele começou a empregar como vínculo importante de expressão parábolas  – conforme as multidões foram aumentando, a oposição se intensificava e os seguidores se multiplicando. Jesus adotou a parábola como meio de instrução dos seus próprios discípulos, de um lado, e do outro escondendo a substância do seu ensino dos ouvintes hereges   e antagônicos.  Nesta ocasião ele usou as parábolas para ilustrar algumas características do Reino

O cenário para apresentação da primeira dessas parábolas foi á beira-mar, presume-se seja o mar da Galiléia.

O solo a beira do caminho ficou endurecido á semente ficou na superfície á vista de todos – as aves a comeram. A semente caiu no solo rochoso, que não deve ser entendido como terra contendo pedras, mas uma rocha coberta com fina camada de terra. O calor do sol primeiro transformou esse solo de tal forma que produziu sabida germinação e, a seguir, queimou e secou a tenrra plantinha.
E o restante da semente foi em boa terra. Vingou e cresceu. O ministério. Nas misteriosas religiões pagas, os iniciados eram instruídos nos ensinamentos esotéricos do culto, que não eram  revelados aos de fora - Secretos. Sobre o Reino de Deus, comentários (1:15). O ministério do reino é em última instancia a mensagem total e completa do Evangelho. O propósito das parábolas era instruir os iniciados sem revelar os itens da instrução aos que a compreendem. A compreensão espiritual restringe-se aqueles que se tornaram espirituais pelo devido encontro com Cristo e sua mensagem.

O semeador (v.3) não foi identificado, mas obviamente representa o próprio Cristo e todos os outros que proclamavam o Evangelho. A semente é a palavra, a qual é, conforme Lucas, a Palavra de Deus.

As aves de (4:4) representam Satanás, que se aproxima daqueles que ouvem a mensagem e evita que haja germinação da semente. Em outras passagens alguns ouvintes da palavra receberam-na com alacridade. A declaração de que não tem raiz indica a superficialidade de sua recepção da palavra. São de pouca duração, ou transitória que é a tradução para proskairoi angústia e perseguições, pedras de tropeço – e eles se afastam porque sua experiência com a palavra não é genuína. Os cuidados são ansiedades e preocupações relativas aos interesses desta presente era de impiedade (mundo - é uma tradição imprecisa de aion,que se refere a um período de tempo). A fascinação das riquezas refere-se á natureza, enganosa da promessa. Outra forma de entendermos a questão é o anseio ou desejo das demais ambições, uma categoria geral incluindo tudo mais que poderia sufocar a palavra e torná-la infrutífera.

A boa terra significa as pessoas que ouvem a palavra e a recebem. As palavras de (4:21-25) são declarações gerais que Cristo parece ter usado em diversas ocasiões.  O propósito de Cristo era neste caso, enfatizar a responsabilidade que recai sobre o ouvinte das parábolas. Aquele que foi iluminado deve por sua vez, iluminar os outros (Mc 4: 21-23). Candeia é a melhor tradução. Alqueire. Não era o mesmo alqueire; equivale ao celamim. Ao que tem. O princípio apresentado nesta declaração deve ser aplicado especialmente ao reino da verdade e sua apropriação. Aquele que tem posse da verdade e a usa receberá maior esclarecimento, mas aquele que se recusa a apropriar-se da verdade perderá até mesmo o conhecimento da verdade que possui.

A segunda parábola sobre o reino que Marcos registra é a do solo que produz espontaneamente (VS. 26-29). Na realidade, ela recomeça no ponto onde a Parábola do Semeador parou, prosseguindo exatamente na descrição do crescimento da semente que produz fruto. O aspecto do reino que está se considerando é o aspecto presente, espiritual, na sua realidade interna como também nas suas manifestações externas. Este reino se estende pela semeadura da semente da palavra (v. 14). O motivo por que a terra por si mesma frutifica (automatê, “automaticamente”) é que a semente contém vida, a qual, quando colocada no ambiente adequado, produz conhecimento. A característica do reino da graça presente é espiritual, conforme apresentado por está parábola, é que a mensagem do Evangelho pela sua própria natureza, quando semeado nos corações dos homens produz crescimento e frutifica espontaneamente.

A terceira parábola de Marcos relativa ao Reino refere-se á semente da mostarda, (VS. 30-32). O reino neste caso, foi comparado á um grão de mostarda sua semente é a menor conhecida pelo povo da Galiléia. Esta parábola fala do desenvolvimento ulterior das características do reino de Deus presente e espiritual. O ponto de partida aqui é que a semente da mensagem do evangelho produzirá frutos, - em razão da sua própria vitalidade interior e sobrenatural, crescerá em proporção.
Gandara (mc 4:35-5:20). Previamente por necessidade de descanso e isolamento Jesus propôs uma viagem através do lago da Galiléia. Marcos apresenta uma narrativa pitoresca da tempestade que foi apaziguada (Mc 4:35-41) e da libertação do homem endemonhado que Cristo encontrou do outro lado.  Grandes tempestades de ventos era típico do mar da Galiléia, o que agitava as águas em fortes tempestades. A narrativa de Marcos é cheia de vida e ação. As ondas arremessavam contra o barco. Marcos narra a ordem que Cristo deu á tempestade. O aoristo grego mostra que ele repreendeu o vento uma vez (ação imediata), e houve grande bonança. Não houve necessidade que o Senhor repetisse a sua ordem, pois suscitou obediência imediata. Aos apóstolos, Cristo os repreendeu – por causa de seu medo covarde. E transformou a ocasião em um estímulo para a fé. Se a confiança deles estivesse firmada em Deus mesmo que ele estivesse dormindo, eles não teriam motivos para temer. Deste ponto até o capítulo seguinte, \marcos relata grandes milagres realizados por Jesus muito mais poderosos do que os relacionados até então. A intenção de Marcos era provavelmente demonstrar a grandeza da autoridade de Jesus (em gregoεξουσíαtransl.: exousía Jesus acalma a tempestade demonstra sua autoridade sobre a natureza. Ao expulsar uma legião de demônios demonstra seu poder de expulsar não apenas  um, mas vários demônios dos demonstra seu poder supremo.


6.  CONCLUSÃO

O Livro de Marcos é considerado pelos eruditos um dos três evangelhos sinópticos.
Marcos foi o primeiro dos evangelhos canônicos a ser escrito, servindo como fonte para os evangelhos de Marcos e Lucas. A razão porque este evangelho recebe tanta atenção por parte da comunidade acadêmica é a crença generalizada de que o Evangelho de Marcos é, provavelmente uma fonte inspiradora e base dos evangelhos. Assim, os eruditos no Novo Testamento concordam que este é um documento, inicio onde tudo começou é a própria vida do Cristo.
O Evangelho de Marcos é o mais curto dos Livros do Novo Testamento. Evangelhos canônicos quer, manuscritos, pergaminhos – quanto os códigos possuem diferentes versões do texto, principalmente no inicio e no final. Estas perdas não afetam essencialmente o conteúdo teológico do Evangelho.
O Evangelho de Marcos é diferente dos outros Evangelhos em vários detalhes, na linguagem e no conteúdo. Sua teologia é única. Os cristãos consideram este Livro como devidamente inspirado, tendo a teologia desta obra em  concordância com a do resto da Bíblia. Cada um vê Marcos como uma das mais importantes contribuições para a teologia cristã, apesar dos cristãos discordarem ás vezes sobre a natureza dessa teologia. No entanto, a contribuição deste evangelho para a literatura do Novo Testamento pode ser identificada como única em si.
Marcos é visto como um historiador quanto como teólogo, declarando que sua narrativa seja sobre o Evangelho de Jesus Cristo. O conhecimento sobre a  verdadeira identidade do Messias está oculto e somente aqueles com uma visão espiritual podem ver. Marcos não escreveu seu evangelho apenas como um trabalho fruto do ditado de Pedro, antes, empresta seu estilo e sua própria exegese que apontam uma forte influência de Pedro sobre seus escritos. O evangelho começa, logo após uma pequena preparação com a chamada de Marcos: Este evangelho focaliza o ministério de Jesus Cristo na Galiléia, e mais especialmente a Pedro. A vividez da narrativa indica que são experiências pessoais de uma testemunha – especificamente nos arredores de Cafarnaum, cidade de Pedro.
Marcos – é uma obra inovadora, vibrante e cheia de emoções e ação, inovadora porque foi Marcos quem criou este estilo literário: Evangelho, que no grego mais ressente quer dizer “boas notícias”. Trata-se de um testemunho cristão e não exatamente de uma biografia.



7. REFERÊNCIAS

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  3. EUSÉBIO DE CESARÉIA. História Eclesiástica. S.P. e.d.. Paulus, 1995.
  4.  HARRISON, Everett F. Introducción al Neuvo Testamento (Grend Rapds,. ed. SLC,  1987.
  5.  POHL, Adolf. O Evangelho de Marcos. Comentário Esperança. Curitiba. ed. Evangélica Esperança, 1998.
  6.  _____________ O Evangelho de Marcos. Comentário Esperança. Curitiba. ed. Evangélica Esperança, 1998
  7. BARCLAY, William. Romanos: Comentário El Neuvo Testamento – Terrassa, ed. CLIE, 1995.
  8.  JOSEFO, Flávio. Guerra dos Judeus Contra os Romanos in: História dos Hebreus. R.J. ed. CPAD, 1992.
  9. CARSON, D. A & MOO, O. I. Morris. Introdução ao Novo Testamento. S.P. ed. Vida Nova, 1997.
  10. HENDRIKSEN, Guilhermo. El Evangelio Según san Marcos (Grand Rapids), s.l. ed. SLC, 1987.
  11. PÁPIAS in: Padres Apostólicos. S.P. ed. Paulus, 1995.
  12. LIÃO, Irineu. Contra as Heresias, S. P.1995. Patrística vol. 4.
  13.  BARCLAY, William. Romanos: Comentário El Neuvo Testamento – Terrassa, ed. CLIE, 1995.
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  26. HÖRSTER, Gerhard. Introdução e Sintese do Novo Testamento. Curitiba, ed. Evang. Esperança, 1996.
  27. TERRY, Merril C. O Novo testamento Sua Origem e Análises. S. P. ed. Vila Nova. 1995.
  28. LUND/P, E. NELSON, C. Hermeneutica. ed. Ida, 2003. P. 1997

  DADOS BIBLIOGRAFICOS


[1] Os evangelhos são um gênero de literatura do cristianismo primitivo que contam a vida de Jesus, a fim de preservar seus ensinamentos ou revelar aspectos da natureza de Deus. O desenvolvimento do cânon do Novo Testamento deixou quatro evangelhos canônicos, que são aceitos como os únicos evangelhos autênticos para a maioria dos cristãos. Do Grego (evangelion), significa "Boa Notícia" , "Boa Nova", "Boa Mensagem". A chegada do Reino dos céus, através de Jesus Cristo.

[2]Anunciamo-vos a Boa Nova: a promessa, feita a nossos pais, Deus a realizou plenamente para nós, seus filhos, ressuscitando Jesus" (At 13,32-33). A Ressurreição de Jesus é a verdade culminante de nossa fé em Cristo, crida e vivida como verdade central pela primeira comunidade cristã, transmitida como fundamental pela Tradição, estabelecida pelos documentos do Novo Testamento, pregada, juntamente com a Cruz, como parte essencial do Mistério Pascal.

[3] Denomina-se Roma Antiga a civilização que surgiu de uma pequena comunidade agrícola fundada na península Itálica no século VIII a.C. Localizada ao longo do mar Mediterrâneo e centrada na cidade de Roma, tornou-se um dos maiores impérios do mundo antigo

[4] Chipre (em grego: Κύπρος; transl.: Kýpros pronunciado: [ˈcipros]; em turco: Kıbrıs pronunciado: [ˈkɯbɾɯs]), oficialmente República de Chipre (em grego: Κυπριακή Δημοκρατία; transl.: Kypriakí Dimokratía; em turco:Kıbrıs Cumhuriyeti), é uma ilha situada no mar Mediterrâneo oriental ao sul da Turquia, cujo território é o mais próximo, seguindo-se a Síria e o Líbano, a leste. O país é também membro da União Europeia (UE). O terço restante (norte da ilha) foi ocupada pela Turquia em 1974, que então institui a República Turca de Chipre do Norte, nunca reconhecida pela ONU, reconhecida apenas pela própria Turquia.
[5] BABILÔNOA. Babilônia foi o nome da capital da Suméria, na antiga Mesopotâmia, que atualmente é o Iraque. Babilônia significa "Porta de Deus", os judeus, no entanto, dizem que é um termo de origem hebraica, que significa "grande confusão", e inclusive aparece na Bíblia.

[6] A Ásia Menor é uma região em que os continentes da Ásia e da Europa ficam próximos um do outro, separados apenas por uma faixa estreita de mar. É também conhecida por seu nome grego, Anatólia. No passado, era ponto de encontro de viajantes que passavam entre a Ásia e a Europa. Hoje, é parte da Turquia.
[7] Os gregos (em grego: Έλληνες, transl.: Éllines, "helenos") são uma nação e um grupo étnico que tem habitado a Grécia desde o século XVII a.C.. Atualmente eles são principalmente encontrados na penínsulagrega do sudeste da Europa, nas ilhas gregas e em Chipre
[8] O Egito:  (em egípcio antigo: Kemet; em copta Ⲭⲏⲙⲓ, translit.: Kīmi; em emárabe: مصر, translit.: ‎Miṣr, pronunciado: [mi̠sˤr], pronunciado em árabe egípcio[mesˤɾ]; em árabe egípcio: مَصر, translit.: Maṣr, pronunciado: [mɑsˤɾ]), oficialmente República Árabe do Egito (em árabe: جمهورية مصر العربية, transl. Jumhūriyyat Miṣr al-ʿArabiyyah,[8] em árabe egípcio: Gomhoreyyet Maṣr el-ʿArabeyya) é um país do nordeste da África, numa região predominantemente desértica, que inclui também a península do Sinai, naÁsia, o que o torna um Estado transcontinental. Com uma área de cerca de 1 001 450 km², o Egito limita-se a oeste com a Líbia, a sul com o Sudão e a leste com a Faixa de Gaza e Israel.
                                                                                                                             
[9] O rio Jordão (em hebraico: נהר הירדן, nehar hayarden; em árabe: nahr al-urdun) é um rio de grande importância religiosa que se situa na Palestina, formando o talvegue do Vale do Jordão, a fronteira natural entre Israel e a Jordânia. Jordão significa aquele que desce ou também lugar onde se desce (bebedouro). O rio desagua no mar Morto.

[10] Galileia (em hebraico: הגליל; transl.: Hagalil, literalmente: a província; em grego clássico: Γαλιλαία; em latim: Galileia; em árabe: الجليل;transl.: al-Jalil), é uma grande região no norte de Israel que se confunde com a maior parte do Distrito administrativo do norte do país. Tradicionalmente dividido em Alta Galileia (em hebraico: גליל עליון; transl.: Galil Elyon, Baixa Galileia (em hebraico: גליל תחתון; Galil Tahton), e da Galileia Ocidental (em hebraico: גליל מערבי; Galil Ma'aravi), estendendo-Dan, ao norte, na na base do Monte Hermón, junto ao monte Líbano cumes dos montes Carmelo e Gilboa para o sul, e do vale do Jordão, a leste através das planícies do vale de Jizreel e Acre ao litoral do mar Mediterrâneo e da planície costeira, a oeste.


[11] Sinagoga é o local de culto da religião judaica, possui como o seu objeto central a Arca da Torá. O serviço religioso da sinagoga, quando se forma um quórum, é feito todos os dias, sendo que alguns envolvem leituras da Torá, cujos rolos são retirados da Arca (heikhal) e transportados até o púlpito (Tebá). O termo "sinagoga" tem origem na palavra grega συναγωγή, composta de σύν [sýn], “com, junto”, e ἄγω ['ago], “conduta, educação”, cujo significado amplo seria "assembleia".
[12] Fariseu (do hebraico פרושים) é o nome dado a um grupo de judeus devotos à Torá, surgidos no século II a.C.. Opositores dos saduceus, criam numa Lei Oral, em conjunto com a Lei escrita, e foram os criadores da instituição da sinagoga. Com a destruição de Jerusalém em 70 d.C. e a queda do poder dos saduceus, cresceu sua influência dentro da comunidade judaica e se tornaram os precursores do judaísmo rabínico. A palavra Fariseu tem o significado de "separados", " a verdadeira comunidade de Israel", "santos".

[13] Sãos - O termo zelota ou zelote (do grego antigo ζηλωτής, transl. zelotés, "imitador", "admirador zeloso" ou "seguidor"[1] [2] ), emhebraico קנאי, kanai (frequentemente usado na forma plural, קנאים, kana'im) significa literalmente alguém que zela pelo nome de Deus. Apesar de a palavra designar em nossos dias alguém com excesso de entusiasmo, a sua origem prende-se ao movimento político judaico do século I que procurava incitar o povo da Judeia a rebelar-se contra o Império Romano e expulsar os romanos pela força das armas, que conduziu à primeira guerra judaico-romana (66-70).
[14]As Parábolas de Jesus são narrativas breves, dotadas de um conteúdo alegórico, utilizadas nas pregações e sermões de Jesus com a finalidade de transmitirem ensinamento. Quanto à sua definição exata, a parábola pode ser uma narração alegórica na qual o conjunto de elementos evoca outra realidade de ordem superior[1] ou uma espécie de alegoria apresentada sob forma de uma narração, relatando fatos naturais ou acontecimentos possíveis, sempre com o objetivo de declarar ou ilustrar uma ou várias verdades

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